“ A modernidade líquida em que vivemos traz consigo uma misteriosa
fragilidade dos laços humanos- uma amor líquido. A insegurança inspirada por
essa condição estimula desejos conflitantes de estreitar esses laços e ao mesmo
tempo mantê-los frouxo.
Zygmunt Bauman radiografa esse amor...”
Esse texto foi escrito faz um tempo, quando terminei de ler Amor Líquido:
Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos do Sociólogo Zygmunt Bauman. O autor faz
um pertinente e perspicaz análise das relações humanas na contemporaneidade sua
a fluidez e efemeridade. As relações passam a ser descartáveis, globais e muito, muito frágeis.
Bauman nos leva a refletir sobre os laços que estabelecemos com os amores,com
a família, com os estranhos e com o
mundo.
As relações estão se tornando mercadorias de food em uma grande shopping center
onde quando não mais gostamos descartamos e buscamos outra tão fugaz quanto
anterior por termos medo de nos relacionar.
Caramba, fico intrigada quando paro a observar o mundo, minhas relações e as
alheias também. Porque tanto medo, tanto receio. Porque sempre temos que dissimular,
fingir, jogar, tudo poderia ser muito mais simples. Gostei digo que gostei e
pronto- digo nada.
Fico a pensar no que o outro vai achar do que eu disser e então não digo
nada. E como sou tímida digo menos ainda.
Tenho o maior orgulho de ser “independente”, “moderna”, “auto suficiente”, calibrar e trocar o pneu do carro ser for
necessário, trocar lâmpadas ...mas sinto que a práxis do viver é muito mais complicada.
Como desejamos e hoje temos direitos “ iguais”, alguns homens acho que nos vêem
como um amigo do “baba” e esquecem gentilezas que fazem toda a diferença como
abrir a porta, puxar a cadeira, dar a preferência ao entrar ou sair de algum
lugar e nós mulheres nos desacostumamos tanto
com essas coisas que quando acontece nem sabemos como nos portar
direito.
Percebo que com o passar do tempo estabelecer novas relações fica cada vez
mais difícil o que deferia ser inverso. A pessoas, digo os homens, parecem ter
um medo incrível de se relacionar de forma mais constante, todo mundo fica! E
se esse ficar se estende um pouco mais, procura outra pessoa para ficar pois,
existe uma convenção com regras implícitas que rege os ficantes. Se uma das
parte por ventura resolve começar a gostar F......a outra sai correndo. Detalhe
isso acontece com homens e mulheres apesar de prevalecer nos homens.
Muitas vezes me sinto totalmente over no atual contexto, claro que também “fico”,
mas depois de um tempo não sei o que fazer já que não sei não me envolver. È tudo
muito doido.
Sinceramente, gosto de gostar. Não tenho problema em dizer gosto de você,
você é especial ou até mesmo eu te amo, apesar de achar que essas palavrinhas
devem ser ditas com cautela e sinceridade. A paixão é um sentimento delicioso
quando correspondido, espera o amado chegar com borboletas na barriga é
delicioso, sentir-se protegida com a sua presença, ter seu olhar de
cumplicidade, saber que pode contar sem necessariamente está grudada o dia
inteiro, faz toda a diferença.
Como vou poder me mostrar e conhecer o outro ficando? Como se cria
intimidade ficando?
Será que namoro é sinônimo de prisão ou casamento? Realmente estou
over....kkkkkk
Entendo namoro como a possibilidade de estabelecer laços, confiança, altruísmo,
companheirismo, intimidade.
Casamento pode acontecer ou não,conheço casais fantásticos, divertidíssimos que
não deixou a rotina apagar-lhes o gosto pela vida, pela boemia, pelas festas e
até mesmo pela liberdade, pois sempre há um momento em que é necessário estar
sozinho com os amigos. Já conheço outros que casaram e morreram, mas como nunca
casei não posso opinar muito sobre o tema, ou melhor opino pouco sobre
casamento e sobre filhos.
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