terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Tatuagem


Há mais ou menos 10 anos resolvi fazer a minha primeira tatuagem, queria algo que refletisse minha personalidade, meu gosto e minhas crenças, pensei e como pensei!

Decidi por tatuar uma bruxa. Uma bruxa?! Sim uma bruxa.

Não a bruxa dos desenhos animados, com vassoura e verruga. Mas a mulher dona da sua vontade e conhecedora do poder dos elementos da natureza.  Queria simbolizar no meu corpo uma imagem que traduzisse o poder das deusas e da ancestralidade.

A idéia de gostar de bruxas não significa fazer feitiços e jogar maldições, mas poder estar em contato com a natureza com o divino, realmente gostaria de encontrar um grupo de bruxas aqui em Salvador para estudar e conhecer melhor, mas enquanto isso não acontece sigo minha intuição e instintos que sempre me guiam para o melhor
Acredito que toda mulher tem seu lado bruxa, o lado selvagem que nos faz entrar em contato com a nossa sábia interior, a nossa curandeira.
A Bruxa é aquela que busca, conhece e utiliza as suas potencialidades. Exercita e fortalece, através delas, seus talentos e possibilidades de transmutar as energias. Ela, muitas vezes, não pertence a nenhum culto ou religião específica. É adepta e praticante da antiga magia da terra, aquela que nossas ancestrais praticavam usando as forças da Natureza manifestadas na terra, no ar, no fogo e na água. É praticante da arte da transformação que pode conviver serenamente ao lado de qualquer crença religiosa, sem interferir no respeito a esta.
A Bruxa contemporânea tem sua arte pautada na poesia, na beleza, na sabedoria, na originalidade, na harmonia com os ciclos da natureza, nas fases da Lua, na alegria de cantar, dançar e no encantamento de viver. Ela compreende os Segredos do Sagrado Feminino, luta pela sua liberdade, orgulha-se de sua sabedoria, vivencia plenamente suas intuições e emoções, ancoradas em suas razões. Ela reverencia as Deusas, aquelas que foram cultuadas por milênios como criadoras da vida e do mundo. Ela sabe que o culto à Deusa não significa colocar uma mulher na chefia em vez de um homem, e sim uma reavaliação de valores radical de funções e de abordagens, que estimule uma cooperação maior.
A Deusa vive dentro de cada um de nós; ela clama para que sejamos verdadeiros para conosco mesmos, de modo que possamos ser verdadeiros para com os outros e verdadeiros para com ela. Ela é a inspiração e o poder que existe dentro de nós!
(Soraya F. Mariani)
Para mim a força de uma bruxa pode ser encontrada em diversos mitos, entidades, orixás que representam o feminino, então encontrei uma imagem nada obvia  e me apaixonei por ela.

Essa imagem traz os seguintes elementos:


Lua representa a energia feminina

Gato símbolo de liberdade e sensualidade, os gatos sempre foram animais intrigantes. Felinos domésticos foram fiéis companheiros das bruxas medievais e protetores das casas em todos os tempos. Segundo a radietesia, o gato é capaz de captar e transformar a energia negativa dos ambientes, por isso é que os felinos são atraídos por energias de baixa freqüência e se dão bem onde haja vibrações instáveis. Por esse motivo é comum encontra os gatos em cima de tvs, aparelhos de som e computadores. Eles apontam o lugar em que a energia não está boa e esse aviso proteje os moradores. Segundo os oráculos, o gato anuncia a boa sorte.

Estrela- Interação e origem de toda  criação, bem e o mal, masculino e o feminino, fogo e a água

Anos depois como forma de marcar um rito de passagem fiz a tatuagem de borboletas no pé e tornozelo esquerdo

-Apenas viver? disse a borboleta,

É preciso ter sol, liberdade e uma pequena flor.


Passeando por blogs encontrei essa definição que traduz exatamente o que penso sobre as borboletas e sobre mim.

Ela está relacionada à Alma, ao Espírito, ao Sopro Vital – à individualidade que possuímos enquanto seres.

A borboleta nasce lagarta. Rasteja pelo chão e conhece o mundo sob esta perspectiva. Vive desta forma até que seja chamada pela Natureza e compelida a iniciar o processo em busca de si mesma e de seu estado final.

Envolve-se numa pupa, torna-se crisálida e fica alheia ao mundo, voltada para si mesma, sofrendo transformações físicas que a prontifiquem para o momento de saída do casulo e a nova vida a seguir.

Luta para sair do casulo. Suas asas, ainda enrugadas, não lhe permitem o vôo imediato. De repente aprende a voar e passa a ver o mundo sob uma nova perspectiva: enxerga o chão, onde outrora viveu, agora de cima. E aprende novamente a lidar com seu novo ambiente, já neste momento, apropriada do céu e da terra.

A trajetória de nossa vida pode ser comparada ao processo da borboleta. Nascemos com certas características, passamos por situações que nos propiciam aprendizado e lapidação do nosso estado e estamos sempre em busca de nos tornarmos melhores – voando em todas as direções com asas multicoloridas.

Mas esse processo não é tão uniforme assim. A metamorfose da borboleta possui início, meio e fim. A nossa parece cíclica, uma vez que passamos por várias situações em que sentimo-nos lagartas, tornamo-nos crisálidas e depois lindas e livres borboletas, donas de céus e terras.

Aprendemos a conhecer nossas potencialidades, buscamos adaptação ao nosso habitat, nos voltamos para nós mesmos, procuramos a reflexão, articulamos idéias, tomamos decisões, partimos para ações, conquistamos mudanças efetivas.

Estamos sempre em transformação. No cotidiano de nossas vidas, enquanto espíritos em aprendizado, enquanto seres humanos que buscam ser melhores, na situação de análise de uma vida inteira ou das fases que vêm e vão o tempo todo.

Estamos a cada instante nascendo e morrendo. Olhando para nós mesmos e nos transformando. Trilhando a caminhada da nossa existência com o compromisso de nos tornarmos melhores, livres, com imensas asas coloridas dominando a nós mesmos, céus e terras.

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